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Crônicas de JB.Nascimento





REFLEXOS DE DEUS

Como é lindo este verde que me rodeia.
Como tudo se transforma.
Como tudo fica mais lindo...

Reflexos de Deus.

A brisa perfumada, o vento, os pássaros, as folhas caindo...
Paro um instante diante de tanta maravilha que é a natureza e medito.
O vento bate sobre as folhas das árvores...
Borboletas deslizam no ar, mostrando sua leveza.

Reflexos de Deus.

Sinto as batidas compassadas do meu coração como se não tivesse pressa em bater.
A calma...
A brisa sofra em meu rosto...
Meus cabelos parecem voar como que tentando alcançar o céu.
Ao longo da minha percepção ouço vozes...
Pássaros cantando...
Barulho do centro urbano.

Reflexos de Deus.

Meditando sobre as coisas criadas por Deus.
Sinto sua Presença em cada uma delas.
Como é lindo o cantar do bem-te-vi... A doce sonoridade penetra em meus ouvidos e sinto profundamente o seu canto.
No decorrer da distância, ouço o canto eufórico do sabiá...
Os anus passam como que flutuando no ar... Um réptil o calango, procura algo, talvez abrigo fugindo do calor do chão quente.

Reflexos de Deus.

O barulho do vento se torna presente...
Acalma... Subitamente, um beija-flor bate asas e pousa diante de mim. Assustado afasta-se plainando no ar.
Paro por um minuto, apenas por um minuto. O ar oxigena meus pulmões. Descubro a presença Divina em cada movimento. Em cada pulsar da vida.
Verdadeiramente, Deus é a essência da vida.
Pare e medite sobre os reflexos de Deus em sua vida.




DIVAGAÇÕES EM UMA NOITE FRIA

Confesso que sou um cara sentimental, o que implica facilmente no abalo das minhas emoções.
Não que eu seja puramente emocional. Hoje mesmo pela manha sem motivos aparentes, mas eles não deixam de existir, o que em conseqüência tornou a minha noite horrível.
Meus sentimentos afloraram e perdi-me num turbilhão de sentimentos e emoções incontroláveis.
As preocupações com o cotidiano chegaram subitamente como raio que cai, ameaçando-me.
Problemas recalcados de outrora invadiram o meu consciente. Uma ansiedade indevida perturbava-me... Um barulho ensurdecedor e inexistente arrebentava meus tímpanos.
Todos os ruídos eram tempestades... Todos eram chatos, detestava-os. Mas por quê? Por que tem que ser assim? Aprisionado nos meus próprios ais?
Buscava uma verdade.
O nervosismo invadia o meu ser. O rancor, a melancolia batia palmas e sorriam do meu terrível estado emocional.
Lá estava eu no meu canto... Sombrio, insatisfeito, de mal com a vida. Eram instantes que me davam uma grande vontade de sair correndo, gritando para o mundo todo que estava numa tremenda “fossa”.
A verdade teimava em aparecer. Mas tímida voltava àqueles que me cercavam. Era monstruoso, víbora à espera de sua presa. Era uma composição de anjo e demônio... Minhas mãos tremiam...  Minha mente voava... Tornava-me um cacoete numa madrugada fria e interminável.
Lá estava eu, sombrio furioso, mas felizmente, eu mesmo.
Um eu, que eu mesmo não conhecia.
Sentimentos... Apenas sentimentos...
Todo ser humano tem essa experiência de extravasar suas emoções.
O dia raiava-se...
Fui aprofundando-me na reflexão e retrocedendo ao tempo, introspectivamente buscando significados palpáveis para as minhas lamúrias.
Recorro-me à célebre frase do pai da Psicanálise: Freud explica? Sim, Freud explica.
As dificuldades existem e são imensos, os degraus da caminhada são escorregadios, o abismo da desgraça parecia-me mais estreito... Fechando.
Estava voltando à tona. Emergindo-me à realidade de meu próprio eu.
O eu da paz, da serenidade, do perdão, o eu da benevolência, o eu criado à Imagem e semelhança de Deus.
Por Natureza Divina, somos filhos da paz e do bem. O suplício da estupidez ia desaparecendo completamente, o ar que estava turvo, irrespirável, enchia-me os pulmões. Aquela ansiedade indevida desaparecia. Ás vezes, o imponderável, o conhecimento das nossas próprias razões, a busca, a explicação buscamos no supérfluo, nas frivolidades da vida, ou até mesmo na fuga ao obscuro submundo das drogas.
Meus pensamentos divagam. Uma tênue neblina cai lá fora. O barulho no telhado de pingos que caem é perceptível. O vento balança as cortinas e o ar é fresco.
Lembro-me de você...
Sua silhueta parece está desenhada na parede do meu quarto. Só lembranças de momentos mágicos ao seu lado. Sua meiguice, sua voz como uma canção de acalanto aos meus ouvidos. Agora não tenho mais você. Você partiu e a saudade ficou.
“Marcas do que se foi”. A letra de uma música conhecida vem à minha mente – “Saudade palavra triste, quando se perde um grande amor“
Ah Minha amada, descobri que amo você.



DESPERTE


Não deixe que a rotina arrase sua vida.
Exercite sua tarefa com amor sempre renovado, por que isto trará alegria a você mesmo e daqueles que esperam o melhor de você.
O êxito no cumprimento do dever depende de você.
A rotina cansa e corrói a alma.
Desalenta e carcome o entusiasmo e a vontade de seguir em frente.
Renove cada manhã o seu armazenamento de alegria de viver.
Até quando dará desculpas por não conseguir fazer aquilo que realmente podia?
Desperte! Desperte para ávida meu irmão.
Não atribua aos outros a causa do seu insucesso no trabalho ou nos estudos.
O importante é continuar se esforçando ao máximo, com a mente radiosa e fisionomia alegre, porque, um dia, com certeza sues esforços ser.
Desperte. Desperte para a vida meu irmão.


MEDITE


Procure Deus no silêncio...
Sinta-o no pulsar e nas batidas do seu coração.
Ele está presente em você.


A vida é um dom divino.
Uma dádiva do Pai.
Honre-a e busque sempre a sua elevação na prática da caridade humana.


Agradeça sem nunca cessar pela vida.





O VALOR DE UM HOMEM


“Quem acha que não vale nada, vale esse tanto até deixar de pensar assim”.

Dizem que todo homem tem seu preço. Uns se vendem por pouco e outros exigem muito... (apesar de que uma frase popular afirma que todo aquele que se vende sempre recebe mais daquilo que vale... Por que na realidade não vale nada).
É nessa onda de uma sociedade materialista e consumista que surfamos. Mas cuidado!Há qualquer momento, você poderá cair de sua prancha, ou quem sabe, ela poderá partir, e você cair no mar de ondas revoltas da realidade.
Com toda essa turbulência de ideais, paramos no semáforo de uma sociedade doentia e neurótica. Uma sociedade em que os principais valores éticos e morais que dignificam o ser humano, foram sepultados no túmulo da ignorância de muitos hipócritas e detentores do poder.
Vivemos uma massa crescente de contra-valores. Esses em sua maioria, produtos importados de outros lugares que não se compactuam com a nossa realidade.
Que se dane a negligência diante dos problemas dos semelhantes. O principal é a fama, o sucesso, o dinheiro. E assim, a inércia permanece: “Faço aquilo que a maioria quer’’. Cuidado com a maioria... Foi esta mesma a maioria que elegeu Adolf Hitler em eleições livres e preferiu libertar Barrabás a Jesus Cristo.
Mas então: “Faço aquilo que a minoria quer”?
A minoria que explora, escraviza, massifica e alheia.
Cumprindo o que a minoria quer, faz-se o jogo do poderoso e desvia-se o oprimido para que ele não ganhe o valor que tem e não lhe é dado.
Não venda seu talento fazendo o que querem, mas aquilo que em sã consciência, você acha construtivo.
Lute, crie condições...
Promova a sua vida e a do seu irmão.
Todo homem tem seu preço.
Também acredito. Enfim, meu preço não está em nada do que é visível aos olhos humanos. Meu preço é um reino...Um reino de amor que nenhum ser humano poderá me oferecer.
Tenha seu preço...
Mas longe das ofertas humanas.



BOLAS DE MEIA
     

Ela amassou a notícia de jornal e envolveu a bola de papel numa meia sem par. Ela costurou o tecido com esta idéia na cabeça. Ela segurou a mão do menino como alguém segura às mãos de uma criança para ensinar a andar.
Ela colocou na palma da mão dele uma bola de meia e disse:
_Vai meu filho brinque!
E, no seu campo imaginário, as crianças e os adultos arremessavam as bolas de meia, que eram recebidas a metros de distância e arremessadas novamente. Por horas e horas, como se o tempo não passasse.
As bolas voando cada vez mais alto, chamando os pássaros que voavam cada vez mais baixo. Bolas de meia e pássaros atravessando o céu.
Já era tarde quando meninos e meninas cansados paravam de brincar de bolas de meia. A vontade de chegar outro dia para brincar novamente era grande. Dormindo sonhavam com as bolas de meia.
Ela que conhece todas as histórias... Ela, para quem somos todas crianças. Nossa, querida, vovó, que linda bola de meia é esta em que a gente brinca.

Nota: Todas as obras são de autoria de JBNascimento, qualquer  semelhança com fatos, nomes, lugares ou pessoas terá sido mera coincidência.