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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Entenda o que são os rolezinhos e a repercussão que causaram na internet


Desde o final da semana passada, quando shopping de São Paulo conseguiu liminar proibindo a entrada de jovens para um rolezinho, não se fala em outra coisa nas redes sociais. Mas você sabe o que é e como surgiu esse movimento?


Os rolezinhos são encontros marcados pela internet por adolescentes e começou em dezembro do ano passado. Normalmente os participantes são jovens pobres, a maioria negros, querendo se divertir. No começo, os eventos eram convocados por cantores de funk, em resposta a um projeto de lei que proibia bailes do estilo musical nas ruas da capital paulista.

Incomodados com a multidão de jovens cantando refrões de funk ostentação nos corredores, a direção de seis shoppings paulistanos tiveram o respaldo de decisão judicial para fazer a triagem de clientes. A repressão policial aos participantes também gerou repercussão.

Os eventos continuam a ser promovidos, mas agora por todo o país, como forma de protesto contra o preconceito e segregação social. A capital catarinense tem sua versão marcada para o dia 26, no Shopping Iguatemi, com mais de 300 confirmados até às 10h desta quarta-feira.

Entre os vídeos que fazem sucesso na internet sobre o assunto está a coluna Desce a Letra, de Cauê Moura, com mais de 500 mil visualizações após dois dias de publicação:




Linha do tempo

Os Rolezinhos

Final de 2013 — Encontros reúnem centenas de jovens da periferia nos shoppings de São Paulo. Entre os primeiros eventos, estavam atos organizados por cantores de funk em resposta à aprovação de um projeto de lei que proibia bailes nas ruas da capital paulista. Proposta foi vetada pelo prefeito Fernando Haddad neste ano.

Início de dezembro — Comerciantes do Shopping Aricanduva, na Zona Leste, tiveram de baixar as portas durante um tumulto seguido de diversas tentativas de roubo às lojas durante o rolê.

Sete de dezembro — Cerca de 6 mil jovens haviam ocupado o estacionamento do Shopping Metrô Itaquera e foram reprimidos.

Prisões no dia 14 de dezembro — Dezenas entraram no Shopping Internacional de Guarulhos cantando refrões de funk ostentação. Ao todo, 23 foram levados à delegacia.

Precaução excessiva no dia 21 — Polícia foi chamada pela administração do Shopping Campo Limpo e não constatou nenhum tumulto. Policiais permaneceram no local e entraram no shopping com armas de balas de borracha e bombas de gás.

Revistas em 22 de dezembro — Manifestantes foram revistados assim que chegaram ao local e um forte esquema policial foi montado.

Final da semana passada — O shopping JK Iguatemi – um dos mais luxuosos da cidade – conseguiu liminar na Justiça proibindo as manifestações, com previsão de multa de R$ 10 mil a quem fosse identificado causando tumulto. Outros quatro estabelecimentos também conseguiram liminar proibindo o ingresso de manifestantes.

Último sábado — A Polícia Militar de SP usou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, além de balas de borracha contra um grupo de aproximadamente mil pessoas que se reuniram para um rolezinho no shopping Itaquera, na zona leste da cidade.
DIÁRIO CATARINENSE

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